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Hoje, nós estamos frente a um dos maiores desafios para os governos de todo o mundo: a quarta revolução industrial. Iniciada nas décadas de 70 e 80 com os avanços em informática e telecomunicações, que acelerou rapidamente nos últimos 15 anos, mudando completamente o mundo em que vivemos e trabalhamos.

A tecnologia proporcionou aos novos entrantes, a oportunidade de derrubar as antigas e sólidas barreiras de entrada em muitos segmentos. Basta olharmos a lista de unicórnios, empresas que tem um valor de mercado acima de 1 bilhão de dólares, para encontrar nomes como AirBNB, UBER, Facebook, Pinterest, SpaceX.

Todas elas começaram com base em ideias de alto risco, em formato de startups, e precisavam de dinheiro. Nessa hora, os investidores anjo foram fundamentais, pois fizeram investimentos financeiros aceitando riscos altíssimos, mas com possibilidade de altos retornos.

A nova figura do investidor anjo no Brasil.

O surgimento da figura do Investidor Anjo vem trazer para as pequenas empresas em geral, o benefício de receber investimentos de outras Pessoas Físicas ou Jurídicas, a fim de alavancar a expansão de pequenos negócios com potencial de desenvolvimento. Segundo a organização Anjos do Brasil em reportagem para a revista Exame, no final de 2016 já haviam sido cadastrados mais de 7.260 investidores, com um potencial de investimento acima de R$234.000,00 cada um. Isso totaliza mais de R$1,7 bilhões em capital interessado em projetos de alto risco.

A figura do investidor anjo aqui é a mesma de outros países: aquele que dispõe de capital para investir em novos empreendimentos e que, em troca desse investimento, espera ter um retorno financeiro da empresa investida. Na prática, o papel do investidor anjo não deve se resumir apenas no investimento financeiro, mas também em agregar outros valores importantes para o desenvolvimento do negócio aportado como: experiência profissional, rede de relacionamentos para atrair novos investidores, apoio e conhecimento que possibilite à investida, junto com o valor obtido no aporte, aumentar as suas chances de sucesso.

Mudanças no Simples Nacional.

A Lei Complementar 155, de 27 de outubro de 2016, que entrou em vigor em 1o de Janeiro de 2017, trouxe alterações em relação ao Simples Nacional que vieram com o intuito favorecer esses investidores a apostar no sucesso das atividades de inovação, facilitando questões jurídicas como:

● O investidor anjo pode ser pessoa Física ou Jurídica, inclusive domiciliada no exterior, atraindo a oportunidade de investimento estrangeiro para o Brasil.
● O investidor anjo não precisa mais ser sócio da empresa investida. Logo, mesmo que ele seja um investidor estrangeiro, a investida não será desenquadrada do Simples Nacional, como acontecia antes dessas alterações legais, em que o investidor era obrigado a ser sócio da empresa e, se fosse estrangeiro, era vedado o enquadramento no Simples Nacional.
● O investidor anjo não tem que responder pelas dívidas ou recuperação judicial da empresa investida, ou seja, o seu patrimônio está seguro, sendo esse mais um fator de incentivo aos investimentos. Por outro lado, ele também não tem poderes de gestão sobre os negócios da empresa.
● O aporte de investimentos não integrará o capital da investida, mas poderá ser contabilizado como Patrimônio Líquido, ao invés de receita, possibilitando que a empresa aplique mais recursos na expansão dos seus negócios, sem novamente correr o risco de ser desenquadrada do Simples Nacional por ultrapassar os limites de enquadramento.
● O investidor anjo será remunerado por contas dos aportes realizados. Quanto mais o negócio crescer, mais ele ganhará.
● O contrato de investimento pode ter duração de até sete anos e o investidor ainda terá preferência de compra em uma possível venda da empresa investida.

Se você já tem a sua startup, ou se pensa em montar uma, continue lendo nosso blog, onde nós publicamos artigos sobre contabilidade, folha de pagamento e muitos outros tópicos que irão ajudá-los a planejar corretamente o crescimento de sua empresa.